Tim Prebble já se tornou um dos favoritos desta casa. Sound designer neozelandês, Tim é uma espécie de professor Pardal dos editores de som, e passa boa parte de seu tempo enfiado em seu estúdio/laboratório de Dexter experimentando e gravando as bibliotecas de som mais bizarras e interessantes. As bibliotecas estão à venda no site Hiss and Roar e vale a pena passar lá e conferir as maluquices sonoras deste rapaz.
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Francis Ford Coppola
Francis Ford Coppola fala da importância do som em seu trabalho e de seu estúdio de mixagem em Napa Valley. Bons vinhos e boas companhias, como Walter Murch, que assina o som de vários de seus filmes.
Clube do Microfone de Contato
Tim Prebble é um editor de som e sound designer neozelandês. Alguns de seus experimentos e criações resultaram em bibliotecas bastante interessantes como esta, produzida com microfones de contato. Neste artigo de seu blog, ele explica as particularidades deste tipo de gravação – ao contrário da maioria dos microfones, os microfones de contato ignoram a propagação das ondas sonoras no ar, e portanto não dependem de condições acústicas favoráveis, e sim de superfícies de contato ressonantes. O resultado está diretamente relacionado a três variáveis importantes: a performance humana, a superfície de contato/corpo ressonante e um ativador (objeto que interage com a superfície de contato).
Outro entusiasta dos microfones de contato é nosso velho amigo Diego Stocco.
Trilha sonora de VIPs
Não se iluda com o aspecto de making of, este vídeo é na verdade um teaser do filme VIPs. Ainda assim, vale a pena conferir um pouco do trabalho deste compositor muito interessante e seu processo criativo. Antonio Pinto assina a trilha de VIPs. Numa comparação interessante, o meu sempre favorito Diego Stocco…
The Making of Ultimate Fire SFX
Ok. Chega de musiquinha. Gravação de uma biblioteca de efeitos sonoros de fogo. Não tente fazer isso em casa.
Life in a day
No dia 24 de julho de 2010, milhares de pessoas pegaram suas (ou emprestadas) câmeras e saíram atrás das imagens que mais tarde seriam o material bruto do filme “A vida em um dia”, do diretor (vencedor do Oscar) Kevin Mcdonald e produzido por Ridley Scott.
Através do YouTube, essas pessoas submeteram seus pequenos filmes, algo como 80.000 clipes e mais de 4.500 horas de imagens. Uma equipe de editores passou então a assistir e selecionar o material. Uma vez selecionados os filmes de interesse para o projeto, seus realizadores foram procurados por email para que pudessem disponibilizar o material bruto para a montagem final do longa-metragem. O resultado desse imenso esforço coletivo fez sua estréia mundial no Festival de Sundance e contou com a presença dos realizadores selecionados.
Essa pequena cápsula do tempo acaba de ser exibida também no Festival de Berlim e enquanto aguardamos sua passagem pelas telas brasileiras, vale a pena conferir a página do projeto no YouTube. Enquanto isso, podemos também descobrir o processo de criação da trilha do filme pelo músico experimental Mathew Herbert, um doido que constrói suas composições sampleando os mais variados e inusitados sons, como milhares de galinhas numa granja por exemplo. Dá ainda mais curiosidade de ver o filme.
Black Swan
O título deste post poderia ser “Zen e arte de não ser sutil”. “Black Swan” é um triunfo da obviedade, embora a falta de sutileza e a total ausência de ambigüidade não sejam um mal deste filme especificamente, mas do momento em que vivemos. É preciso gritar, bater, dar com o filme na cabeça do espectador para que este sinta alguma coisa, ao que parece. Mesmo assim, é interessante entender o processo de criação do design de som de um filme como Black Swan, em que o principal pedido do diretor ao sound designer teria sido: não seja tímido, seja corajoso e literalmente “solte a franga”, porque neste filme pode tudo. É incrível que o designer tenha usado este conselho para construir um desenho tão incrivelmente redundante e óbvio, mas num filme como este e em especial deste diretor (Darren Aronofsky) isto na verdade não é uma surpresa. O desafio deste rapaz, Craig Henighan, o designer de som do filme, talvez tenha sido exatamente o de criar novas e criativas maneiras de ser hiperbólico e redundante. Mesmo assim, vale a pena conferir tanto o filme, como o vídeo acima. Tire suas próprias conclusões.
O que você sempre quis saber mas teve medo de perguntar para a pós.
No dia a dia da captação de som direto somos confrontados com as mais diversas situações nem sempre favoráveis à qualidade da gravação. Num ambiente urbano, por exemplo, é praticamente impossível chegar a uma captação ideal. No momento da cena, é preciso saber o que é possível extrair de melhor com as ferramentas que temos a disposição, como chegar na melhor relação sinal-ruído, que ruídos são passíveis de serem eliminados na pós, o quanto é preciso ceder e o quanto é preciso lutar por melhores takes, melhor posicionamento, o quanto é preciso negociar com o resto do set pra conseguir entregar para a pós o que ela efetivamente precisa para editar a cena.
O diálogo do técnico de som direto com a equipe de edição de som é fundamental nessa equação. É através dele que saberemos quais os elementos essenciais para a construção da sonoridade do filme e quais os elementos sem os quais simplesmente não é possível chegar a um resultado coerente.
A Gotham Sound em parceria com dois renomados fabricantes de equipamento profissional de som realizou um seminário abordando exatamente essa relação fundamental. No painel, Eileen Horta, editora de som com 35 anos de experiência na área, Chris Newman, técnico de som direto e ganhador do Oscar, e John McCormick, técnico responsável pela captação de som direto do seriado americano “Rescue me”.
Especial atenção aos assuntos: gravação de room tone (ambiente da cena), gravação de ISOs (canais discretos gravados pre-fader), compressão na captação e gravação de wild tracks (coberturas de som).
Confira aqui. Enjoy.
“The Social Network”
Este não é um filme de ação com milhares de pistas, explosões e inúmeros acontecimentos sonoros envolvendo o espectador de modo arrebatador. Ao contrário, é um filme conduzido essencialmente pelo diálogo (algo muito parecido com a nossa realidade no Brasil) com uma ambientação poderosa embora muito sutil. O editor de som e mixador Ren Kylce e o mixador Michael Semanick explicam no detalhe o processo de criação do som de “The Social Network”. Atenção para o modo como foi filmada e mixada a cena da boate, em que Zuckerberg encontra o criador do Napster, e para o modo inusitado como a música foi mixada não no estúdio de música, mas pelos mixadores do filme, com toda a liberdade de trabalhar os elementos musicais em separado explorando todas as possibilidades do 5.1. Enjoy.
Unstoppable
“Unstoppable” é um filme de ação dirigido por Tony Scott, que conta com um time incrível de pós produção de som, cheio de disposição e recursos para produzir um trabalho de som minucioso e impecável. Aqui fica um gostinho do que esta receita é capaz de produzir.